Meditações no ^1º sábado do mês

No início de fevereiro, continuamos o ano litúrgico e celebramos a Apresentação de Jesus no Templo. Esta festa encerra o ciclo do Natal e liga-se ao ciclo da Páscoa. De um ponto de vista místico, a Apresentação no Templo liga o Antigo e o Novo Testamento através da figura de São Simeão. Antes de mais, releia o início desta passagem do Evangelho de São Lucas:

Ora, havia em Jerusalém um homem chamado Simeão. Era um homem justo e religioso que estava à espera da Consolação de Israel, e o Espírito Santo estava sobre ele. O Espírito Santo tinha-lhe dito que não veria a morte enquanto não visse Cristo, o Messias do Senhor. Sob a influência do Espírito, Simeão foi ao Templo. Quando os pais apresentaram o menino Jesus, de acordo com o rito da Lei, Simeão recebeu-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo

“Agora, ó soberano Mestre, podeis deixar partir em paz o vosso servo, segundo a vossa palavra. Pois os meus olhos viram a salvação que preparais à vista dos povos: a luz que se revela às nações e dá glória ao vosso povo de Israel.”

São Simeão representa aqui a espera do Messias desde Adão e Eva, a espera vivida por homens de boa vontade, feita de paciência, piedade e confiança, apesar das provações e tribulações vividas pelo povo eleito. São Simeão completa o grande ciclo dos profetas do Antigo Testamento, Abraão, Moisés, David e todos os outros. Encerra a espera do Salvador e faz ecoar o hino de Natal: nasceu-nos um Salvador. A promessa de Deus nosso Pai chegou e abre uma nova era para a humanidade que, graças a Jesus, se reconciliará com o Deus de Amor que ela rejeitou desde Adão e Eva. A alegria que São Simeão exprime ao tomar nos braços o menino Jesus deve iluminar as nossas almas e preparar-nos para a alegria de receber o nosso Salvador durante esta comunhão do^primeiro sábado do mês.

O Evangelho de São Lucas continua: Simeão abençoou-os e depois disse a Maria, sua mãe: “Eis que este menino vai provocar a queda e a ascensão de muitos em Israel. Ele será um sinal de contradição e terás uma espada atravessada na tua alma”. (Lucas 2, 22-35). Com estas palavras, São Simeão anuncia a Nova Aliança através de duas profecias. Antes de mais, prediz a batalha entre aqueles que reconhecerão o Messias e aqueles que o rejeitarão. Porque, apesar de Jesus Cristo ser a própria doçura, apesar de amar todos os homens sem exceção, apesar de ter dado tudo para assegurar a salvação de todos, inacreditavelmente, alguns continuarão a recusar a sua vinda. Perante as suas palavras, que não são mais do que Amor, alguns responderão com ódio. Perante a sua doçura, alguns responderão com violência. Perante a sua mensagem de paz, alguns responderão com a guerra. Rezemos neste^primeiro sábado de fevereiro de 2025 para que isso mude. Rezemos para que as armas se calem finalmente perante o exemplo majestoso de um Deus que vem até nós e dá a sua vida por amor a nós.

A segunda profecia de São Simeão diz respeito à Santíssima Virgem. Prediz o Coração Imaculado que será trespassado por uma espada de dor. Vê que Nossa Senhora estará associada à paixão do seu Filho até ao fim, e mesmo para além disso, pois no Sábado Santo agonizará na dor, mantendo a sua fé na futura ressurreição do seu Divino Filho. É por isso que o Sábado Santo é o dia de Nossa Senhora. Oh, Nossa Senhora, quando ouviu estas palavras, você tão meiga, tão terna, tão maternal, tão feliz por ter finalmente Jesus nos seus braços, tão pequenina, como estas palavras a devem ter feito estremecer. Como deve ter arquejado. E, no entanto, como na Anunciação, um novo fiat ressoou na sua alma: aceitou a prova anunciada por São Simeão porque é a vontade de Deus.

Hoje esta espada continua a cravar-se no seu Coração Imaculado. Certos homens insultam-Vos, ultrajam-Vos, oprimem-Vos. Mas tal tratamento da Mãe de Deus é intolerável aos olhos de Nosso Senhor. Não pode haver maior ofensa a Jesus Cristo do que tocar na sua Mãe. Foi este pecado inaudito que levou Nossa Senhora de Fátima a dizer que não podia continuar a segurar o braço do seu Filho…. Então, na sua bondade maternal, para nos poupar à ameaça de castigo, deu-nos este meio supremo de reparar aos olhos de Deus os atentados ao seu Imaculado Coração: a reparação nos primeiros sábados do mês. Cada vez que uma pessoa repara fervorosamente no primeiro sábado do mês, consola a nossa Mãe do Céu, consola o seu Filho e, afastando o castigo divino, aproxima-nos do triunfo do Coração de Maria prometido em Fátima.

Depois de São Simeão, olhemos agora para São José e para a Virgem Santíssima. Eles sabiam que não havia necessidade de oferecer Jesus segundo os costumes dos homens, porque sabiam que Jesus era o próprio Deus. Então, porque é que o fizeram? Inspirados pelo Espírito Santo, consideraram necessário fazer este ato de obediência e de humildade para estarem no meio de todos os homens. Ao fazê-lo, estavam a preparar o caminho para o seu Filho Jesus, que seria obediente toda a sua vida e obediente até à morte na cruz. Assim, iniciavam o futuro ensinamento de Cristo sobre a obediência à vontade de Deus. Esta obediência é hoje frequentemente esquecida na vida espiritual. Alguns fiéis têm a impressão de que, para amar a Deus, basta cantar e chamar por Jesus. É certamente importante louvar o Senhor, mas contentar-se com isso é esquecer a grande lição do Evangelho: “Nem todos os que dizem: “Senhor, Senhor”, entrarão no Reino dos Céus, mas só aqueles que fazem a vontade de meu Pai que está nos Céus” (Mateus 7,21-23). (Mt 7, 21-23)

Amar a Deus e querer agradar-lhe exige oração e obediência. Uma não pode existir sem a outra.

Mas não se trata de uma obediência estéril. É a marca de um verdadeiro amor por Ele que completa a nossa oração, e nada lhe agrada mais. Porquê? Porque Deus é perfeito, o Criador de todas as coisas, e é justo que nós, suas criaturas imperfeitas, sigamos a sua vontade. Pelos nossos actos de obediência, louvamos a sua grandeza melhor do que em qualquer oração. Reconhecemos verdadeiramente que ele é todo-poderoso. Provamos a nossa confiança nele, porque ele sabe tudo… e nós não sabemos nada. E se, por vezes, a sua vontade nos parece difícil, lembramo-nos de que, em troca, ele nos inundará com o seu amor e os seus benefícios no seu paraíso para toda a eternidade. Santo Agostinho dizia: “A recompensa de Deus é o próprio Deus. Peça outra coisa se conseguir encontrar algo melhor.

Este^primeiro sábado de fevereiro, o segundo do ano jubilar de 2025, é particularmente destacado no Líbano, no santuário deMaghdouche,que tem o nome de Nossa Senhora daEspera, porque é o lugar onde a Santíssima Virgem esperou por Jesus quando ele estava a pregar. Não será Nossa Senhora da Espera um nome muito apropriado hoje em dia? De facto, o mundo – e o Líbano em particular – está mergulhado numa crise única na história e, do ponto de vista humano, as coisas parecem perdidas. Assim, tal como São Simeão aguardava o Messias anunciado pelos profetas, hoje aguardamos o triunfo do Imaculado Coração de Maria anunciado em Fátima. Mas a diferença é que o tempo da nossa espera atual está nas nossas mãos. Podemos apressar o triunfo da Santíssima Virgem porque, para intervir, ela só está à espera que realizemos os seus pedidos, nomeadamente o de alargar os primeiros sábados do mês a toda a Igreja. Então, de que é que estamos à espera?

Sabemos que Bento XVI recordou em 2010 que a missão profética de Fátima não tinha terminado. Mas outro acontecimento é pouco conhecido. Em 2005, antes da sua morte, Carlos Acutis viu a Irmã Lúcia num sonho. A vidente de Fátima disse-lhe que a prática dos cinco primeiros sábados do mês poderia mudar o destino do mundo (O segredo do meu filho Carlos Acutis p252). Será que vamos ficar surdos a um tal aviso do Céu? Santa Jacinta de Fátima disse: “Nunca é tarde para reconquistar os Corações de Jesus e de Maria.Salvar o mundo está, pois, ao nosso alcance, mesmo agora. Se agirmos neste ano de 2025, o centésimo aniversário do ^primeirosábado do mês, então, tal como São Simeão viu o Salvador, veremos o triunfo do Imaculado Coração de Maria.

^1ºs sábados de Fátima Aliança para a Paz

Pediu também às pessoas que fizessem um mínimo de cinco^primeiros sábados seguidos. Para aqueles que o fizerem, foi-lhe concedida uma graça especial:

“Todos aqueles que, durante cinco meses, no primeiro sábado, se confessarem, comungarem, rezarem o terço e me fizerem companhia durante quinze minutos, meditando os quinze mistérios do Rosário, em espírito de reparação, prometo assistir-lhes na hora da morte com todas as graças necessárias para a salvação das suas almas.

Nossa Senhora à Irmã Lúcia (de Fátima), 10 de dezembro de 1925.

Aliança ^1ºs Sábados de Fátima